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Misturando Música, Literatura e Artes Visuais num currículo curto, mas inegavelmente expressivo (vide o estupendo Lavrador), o multidisciplinar Elton Pinheiro desenvolve um trabalho incrivelmente rico e multifacetado que pode ser caracterizado como um cruzamento altamente improvável entre Caetano, Lenine e Radiohead. Dono de uma sonoridade que mistura MPB, experimentalismo e pinceladas de pop em meio a ritmos brasileiros, o cantor e compositor tem uma carreira discreta e compassada que vem se desenrolando paralelamente às suas diversas atividades acadêmicas e tem crescido em termos de visibilidade e renome, precisando ainda cair no radar do grande público. Figura legitimamente genial que merece ser amplamente reconhecida e que leva o primeiro lugar da lista por isso. Obrigatório para todos que desejam conhecer um som maduro e de qualidade.(clique aqui para ver a matéria na íntegra)

Guilherme Guio

 

Natural de Vitória – ES, ele vem pavimentado sua trajetória artística longe dos holofotes da grande mídia, menos por resistência e mais por não se identificar com o jogo de influências e poderes que muitas vezes rege este campo. Elton é um artista essencialmente independente, e precisa de sua integridade para produzir, respirar… Porém, não deixa de estar atento aos movimentos inesperados, tensos, inconstantes, que rasgam a cada segundo o horizonte do mundo contemporâneo. Por isso, sua música pode falar de Jesus através de palavras que não existiam antes dele inventá-las. Por isso sua arte passeia com tanta naturalidade entre o sagrado, o profano, a raiz, o rizoma, o pop, o 5/4. Elton é um construtor de pontes entre o que há de mais radical no mundo dito pós-moderno e o que há de mais radical na tradição da modernidade. Ele é a própria tensão pulsante e latente entre esses dois universos, que se entrechocam a cada instante formando esse tal mundo contemporâneo.(clique aqui para ver a matéria na íntegra)

 

Carlos Bernardina Jr.

 

 

O que a ‘leitura’ destes ‘códices contemporâneos’ parece evidenciar é que, por mais que se esforcem hermeneutas e se esmiúcem exegeses, nem todas as razões são passíveis de ser reveladas, nem todas as línguas, decodificadas. 

Ouçamos o artista, em explicação de sua singular ‘escuta do mundo’: “[...] escuto o mundo numa certa música, concreta e por vezes ruidosa onde uma série de sobreposições sonoras dão efeito e corpo ao discurso partido e inaudível da civilização, talvez nesses desenhos o ilegível texto que a arte propõe ao homem civilizado” (Pinheiro, 2014). Fundamental, para falar ainda uma vez com Barthes, é que surjam “tantas linguagens quantos desejos houver: proposta utópica, pelo fato de que nenhuma sociedade está ainda pronta a admitir que há vários desejos” (Barthes, 2007: 24).

Talvez seja o som desta música — e letra, dos desejos recônditos e notívagos, polífonos e polígrafos, que se possa ler — e ouvir — ao longo e ao largo das partituras mentais de Elton Pinheiro. (clique aqui para ver o artigo na íntegra)

 

Ricardo Maurício Gonzaga

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